A marcha dOs Velhos

Isto vai ser para abanar a anca e a cabeça, bater com o pé no chão, levantar os braços, ajudar a cantar... Para quem ainda não os conhecer, visitem os, porque amanhã a festa é para ser feita. Vai-se ouvir Lisboa no Norte e o Norte tem que se fazer ouvir.

Another World, by Anthony & the Johnsons

Há pouco, na cave mais fixe da cidade, enquanto sentado ao balcão a ler o Publico, um homem, que costuma frequentar o espaço, de barba grande, óculos de lentes grossas, de olhar longe, veio ter comigo e começou a falar sobre um problema que tinha com a câmara municipal. Parou, e eu virei uma página do jornal, e ele recomeçou a falar, mas desta vez a dizer que um dia chateou-se com a mãe, na sala de jantar. Virei mais uma página e eis que aparece esta notícia. A imagem era de um edifício antigo com um jardim, e uma grande árvore encostada á parede do prédio. Diz ele que o problema, era o cedro. "O cedro está bem, não digo que não esteja, mas está muito grande, se fosse mais pequeno, ficava melhor, assim abafa um bocado a parede." Não acabei por ler o jornal, e vim para casa. Para a semana a estória é outra. O local é o mesmo, mas os protagonistas são diferentes. Vêm de Lisboa e vem para partir isto tudo (ou assim eu espero).

Era já noite..

...e corria a fugir da chuva. Quando atravessa a avenida, pára no meio da estrada. Olha para cima, olha para baixo, ninguém. Nem um carro ao fundo, nem uma pessoa abrigada na paragem de autocarros. Só as luzes dos candeeiros, desfocadas pela chuva é que lá está. Abre os braços, roda sobre si, olha para o céu, os lábios abrem-se num ligeiro sorriso e recomeça a correr. Uma boa maneira de começar ou terminar um filme. Vou-me lembrar disto.

Popular songs, by Yo la tengo

Terminam o penúltimo disco com The story of the Yo la Tengo e terminam o último com And The Glitter Is Gone. Mas foi para onde??Ele está lá..mais calminho e como ele disse menos roque. Comecei a ouvi-los à pouco tempo, e é muito fácil gostar deste trio. Gosto de os ouvir ao acabar o dia, verdade... Por falar em verdade, minto, If it's true é bom é para ouvir quando se acorda tarde, abrir a persiana, o quarto ficar branco e começar o dia a abanar a perna...

Paris-Amsterdão-Veneza-Trento-Frankfurt

"Sim. Lá vou eu. Ao teu encontro, mundo do fim do mundo. E não sei o que me espera"

A era moderna, Os Velhos

Isto está a ser mais ou menos isto...Depois dos primos em Paris, a Diana em Trento...

E ainda não sabemos com vai ser o amanhã

Seis campas até Munique, Mario Puzo

Este é pequenino, depois vem o Mundo do Fim do Mundo, de Luis Sepúlveda, que também é pequeno. Pode ser que a Montanha Mágica, seja a companheira da viagem que se aproxima.
Hoje foi um dia de passeio pela invicta. Ruas estreitas, antigas e lojinhas alternativas - se é que se pode dizer isso. Numa delas, uma loja estreita, com uma foto da Janis Joplin na montra, onde a música era um "gipsy rock", o senhor começou a falar da minha t-shirt, dos meus óculos e do facto de possuirmos objectos que nos diferenciam dos outros. Disse ele: "é tão bom ser diferente".

Angel, by Jimmy Hendrix

"I feel sad for people who have to judge Jimi Hendrix on the basis of recordings and film alone, because in the flesh he was so extraordinary. He had a kind of alchemist's ability; when he was on the stage, he changed. He became incredibly graceful and beautiful. What he played was fucking loud but also incredibly lyrical and expert. He was shy and kind and sweet, and he was fucked up and insecure. He made the electric guitar beautiful. It had always been dangerous, it had always been able to evoke anger."
by Pete Townshend

The Last Waltz, by Martin Scorsese

"Vê primeiro o The Last Waltz dos The Band, filmado pelo Scorsese, antes do Shine a Light. Roque do melhor, com grandes convidados. Era uma banda que acompanhou sempre grandes nomes do roque e dos blues. Vais ver que vais gostar."

"Oh, it's not like it use to be...."

Blue Shadows (On The Trail), by Three Amigos!

Depois de quase duas semanas, lembrei-me disto:

Incrível ah???

Cry baby, by Janis Joplin

-Nunca te vi chorar. - diz o mais novo.
-O quê??-pergunta o mais velho, com ar divertido.
-Lembrei-me agora. Nunca te vi chorar. - responde com um ar pensativo.
-Também não me lembro de chorar. Porque é que perguntas isso? - com um sorriso nos lábios.
-Sei lá...Estás sempre com um sorriso na cara.
Riem-se os dois. A noite está fresca e o passeio foi mais interessante do que pensavam. Pelo menos para um foi.

Mother, by Pink Floyd

O saber o que vai acontecer, do que é inevitável, é qualquer coisa de assustador. O medo do que as consequências, irão provocar, é muito. Demasiado. Pior do que borboletas na barriga, são corvos no coração. Olhos vermelhos e sorriso tristemente forçado, são as imagens destes dois últimos dias. Amanhã vai ser violent0, mas vamos estar lá. Com medo, mas com força para enfrentá-lo.

Summertime, by Ella Fitzgerald

Enquanto subo as escadas, o Sol ainda não me aqueceu a testa, ainda não me ofuscou os olhos. Quando chego ao topo, sinto-o, com a maior força. A testa fica quente, os olhos piscam, as maçãs do rosto roburam, sente-se um calor a subir pelo peito a cima. O Verão está ai, e com ele todos as coisas boas que ele pode trazer. É dançar, ou melhor, bailar -com uma mão no ventre e outra no ar- enquanto se ouve isto, de olhos fechados (por causa daquele Sol que nos faz piscar os olhos). Ou então fazemos como os velhos pedem, bater com pé no chão quente, bater palmas, tirar a t-shirt e abaná-la no ar...

Tiny dancer, in Almost Famous

"If you never take it seriously, you never get hurt. If you never get hurt, you always have fun. And if you ever get lonely, go to a record store and visit your friends." Penny Lane

Beijos Roubados, by François Truffaut

Ela tem um adorável nariz arrebitado.

Procissão, por João Villaret

Enquanto tinha o andor apoiado no ombro, vi uma moeda no chão, e não me conseguia baixar para apanhá-la. No fim de tudo, quando a ia buscar, vi uma mãe a apanhar a moeda e a mostrar à filha, com um ar de felicidade. Há qualquer coisa nestas duas cenas. Parece o primeiro ano da faculdade. Um peso enorme aos ombros, tentar alcançar o nosso objectivo, e no fim, para além de não conseguirmos, ainda somos ultrapassados, por alguém que não carregava o mesmo peso que nós. A vida também é assim um bocadinho não é?

L.A.Woman, by The Doors

A minha harmónica vai-se fazer ouvir cá em casa..

Deixem entrar o que de lá vai sair...


'Mr Mojo risin'

Lover you should've come over, by Jeff Buckley

Há musicas que pomos a dar e nao apetece mudar. Pomos a repetir e estamos sempre a ouvi-la...quando eu ouvi Jeff Buckley pela primeira vez, esta foi uma das primeiras. Na altura, estava sempre a ouvi-la. Hoje, quando voltei a po-la a tocar, deixa-a a repetir, porque é assim que gosto dela.

Exercícios Espirituais, por St Inácio de Loyola

Em ti, até amo a própria fraqueza.

"Apaixona-te! Permanece no Amor! E tudo será diferente."

Pedro Arrupe,sj

Clair de Lune, by Claude Debussy

Ela tem três estrelas e ele tem o 'clair de lune'.

Não há descanso no sistema da Babilónia, by Tiago Guillul

Estava uma bela manhã de Inverno, o Sol aquecia-nos a alma, não corria vento e a criança brincava cá fora com a bola. Nem é que gostasse muito de jogar à bola, mas entretinha-o naquela manhã de Inverno. Também passavam carros, não muito longe de onde ele estava a brincar. E pessoas, mas elas nao lhe ligavam muito, quanto mais diziam um 'olá', ou então um 'estás bom?'. É então, que num acto de coragem, tendo como referência aquele golo fantástico que viu no último jogo, remata a bola com força. Vê a bola a subir, a cair e a lentamente ir em direcção à estrada. Quando se encontra mesmo no meio, um camião carregado de fruta, passa por cima da bola, e arrebenta-a. O menino, deixa passar o camião e calmamente, vai apanhar a bola arrebentada que esta no meio da estrada. Não chora, não faz grandes dramas, porque no fundo ainda a tem. Fica é triste, porque nao vai jogar mais com aquela. Mete-a debaixo do braço e vai para casa. Ao menos tem o Sol para lhe aquecer a alma...

'Tenta dormir, tenta dormir...'

Charada, by Stanley Donen

Não é melhor cena do filme, mas quando ela diz isto, lembrei-me logo do que estou prestes a ter...rais parta os exames....
Fica o registo, um bom filme, com Paris como pano de fundo, a cena do passeio de barco, muito bom (digo eu) e aquela em que ele toma banho de fato, e ela diz 'I don't believe', e esconde a cara atrás da porta. Cumplicidade entre actores.
Fica uma das primeiras falas dos dois:
'-bem, nao foi Shakespeare quem disse, que quando duas pessoas se conhecem, longe das suas casas, jamais se devem ver um ao outro, outra vez?'
'-Shakespeare nunca disse isso'
'-Como é que sabe?'
'-É terrível, acabou de inventar isso agora.'

Magnifico material inutil, by Os Pontos Negros

é hoje à noite em Famalicão. 'bora lá ouvir estes magnificos materiais inuteis...

Os Golpes, Os Quais, Os Pontos Negros, Smix Smox Smux, Tiago Guillul, Samuel Úria, estes são: A nova vaga do Roque Português...

This is not a love song, by Nouvelle Vague

"não é fiável quem se mete nestas aventuras que ferem profundamente a sociedade"

Padre Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.

WTF?!?!?!

Foto: João

Let it Snow, by Frank Sinatra

Esperava-se uma manha fria, mas depois de espreitar à janela, nada me dizia que estava a nevar...neve em St Tirso???(esta neve parecia a de Paris, enquanto esperavamos para entrar no museu d'orsay) A caminho da faculdade a neve foi-se intensificando e lá, estava tudo num branco a que não estava-mos habituados, o que só por si era um prazer...estavam todos cá fora, a levar com a neve na cabeça e nos ombros, a rir e a tirar fotografias...(esta neve já era semelhante quando estavamos a tirar fotografias nos jardins da Torre Eiffel)
A neve faz bem, a neve fez-me bem e o dia passou melhor...Agora à noite, ja desapareceu tudo, deito-me a ouvir cat power e nina simone acabo meu livrinho e vou dormir...Amanhã é outro dia e ja não deve nevar...mais um dia normal...

Dans Paris, by Christophe Honoré

Vi o Em Paris na penúltima noite do ano e fui a tempo de escolhê-lo para o top 5 dos melhores filmes que eu vi em 2008...A cena do irmão mais velho a ler o livro ao mais novo, está numa das minhas preferidas do cinema...Um dia de encontros e desencontros, de buscas, de aventuras e no fim acabam na cama a confessar-se um ao outro..O Amor (sim, em letra maiúscula), que sentem um pelo outro, não seria possivel sem o Amor que lhes é transmitido pelo Pai (outra vez em letra maiúscula), ou não se trata-se de uma familia só de homens e todos com desgostos amorosos.

E depois há Paris, bela como sempre, com as suas pontes, o senna, aquelas ruas cheias de oportunidades e as mulheres...Avant la haine, avant les coups...